Histórico de São Francisco do Sul  

A passagem da história de São Francisco do Sul é silenciosamente testemunhada pelas suas estreitas ruas de pedras e pelas paredes e janelas de seus casarios seculares onde predomina a arquitetura ibero-açoriana (a exceção de alguns prédios que sofreram influência da colonização alemã das cidades em nosso entorno).

Nossa cidade foi descoberta pelos europeus quatro anos após a descoberta do Brasil, quando uma expedição comandada pelo navegador francês Binot Paulmier de Gonneville,  que buscava uma rota mais curta para as especiarias da Índia, sofreu avarias na viagem, ficando a deriva e, por fim, acabou aportando em nossas terras, com os franceses sendo amistosamente recebidos pelos índios Carijós, no dia 04 de janeiro de 1504.

Binot permaneceu até 3 de julho do mesmo ano e no final de sua estadia, o navegador francês levou consigo para a Europa Içá-Mirim, o filho de Arosca, ‘’Cacique dos Carijós’’, com a promessa de educá-lo no manejo das armas e fazê-lo voltar à terra natal após 20 luas, época em que se daria o regresso da expedição. Entretanto, com o fracasso comercial de sua expedição o nobre navegador francês viu-se impossibilitado de cumprir a palavra ao cacique, e Içá- Mirim acabou-se casando com uma sobrinha de Binot, e na França constituiu a primeira família com DNA Carijó & Francês.

Meio século depois, outra expedição, agora de origem espanhola, fundou uma pequena povoação que durou de 1553 a 1555 no mesmo local antes visitado pelos franceses.

O tempo avançou e em 1642, Antônio Fernandes conseguiu a concessão de uma sesmaria para povoar a futura vila de São Francisco. Mas o povoamento em si é reconhecido a partir de 1658 com a chegada de Manoel Lourenço de Andrade (vindo de São Vicente-SP), que veio a São Francisco juntamente com a sua esposa, filhos e familiares, trazendo com o grupo uma grande quantidade de ferramentas agrícolas, gado e escravos.

Em 1660, o povoado é elevado à categoria de vila e mais tarde, em 1665, passa a ser reconhecida como Paróquia Nossa Senhora da Graça. A vila foi evoluindo até ser elevada à categoria de cidade em 15 de abril de 1847.

A pequena cidade, que vivia das atividades agrícolas, pesqueiras e extrativistas, além da fabricação de balaios de corda, aguardente de cana, exportação de madeira e mandioca, crescia e progredia como algumas cidades similares em sua época. Até que com o final do período escravagista, sua economia entrou em colapso, ficando estagnada por quase duas décadas, até o início do século XX, quando então a cidade passou a contar com uma nova e crescente demanda econômica proveniente do aumento das atividades marítimas e comerciais (exportação de madeiras e erva-mate) entre São Francisco, Joinville e cidades do planalto norte catarinense.

Foi na década de 1900 que diversos empreendimentos comerciais ferroviários e portuários, como a Cia. Carl Hoepcke, abriram as suas portas na cidade, agregando mais renda e empregos ao comércio que rapidamente crescia no centro da cidade.

Na segunda metade do século XX, mudanças econômicas, sociais e culturais melhoraram muito a economia da cidade: a construção de sobrados e prédios em outros estilos arquitetônicos, a inauguração do Porto Público da cidade, a instalação da Petrobras, dos Armazéns e Pórticos da COCAR (hoje Cidasc), o aumento da malha viária e a instalação de diversos outros empreendimentos comerciais e turísticos.

Hoje em dia, a cidade, cujo centro histórico foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, conta com um pouco mais de 53.000 habitantes, sendo mantida quase que em sua totalidade pela arrecadação dos impostos gerados pelas atividades na área portuária, bem como atividades turísticas e prestação de serviços em geral.

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