Mercado Público Municipal

Durante as décadas que precederam o século XX, a economia da antiga cidade de São Francisco do Sul era agrária, com uma pequena quantidade de exportação de peixes, cachaça, farinha de mandioca, madeira e outros produtos agrícolas.

O aumento da atividade econômica no início do século passado estimulou o crescimento das atividades comerciais na Rua Babitonga, fazendo com que aterros e novos prédios como o de um Mercado Público surgissem no centro da cidade.

O Mercado Público Municipal foi construído em um período aproximado de 04 anos, sendo inaugurado em 20 de janeiro de 1900, no período de administração do Dr. Luiz Antônio Ferreira Gualberto, superintendente municipal (cargo equivalente ao de prefeito nos dias atuais). É provável que tenha sido o primeiro prédio, em estilo eclético, edificado sobre área aterrada na baía e suas sólidas e imponentes paredes, logo se tornariam o principal ponto de comércio da cidade, mantendo-se nesta condição por várias décadas durante o transcorrer do século XX.

Em sua versão original, o atendimento era realizado pelos boxes na parte interna e uma peixaria (construída originalmente em madeira) na parte externa. Em 1928, foi anexada uma espécie de edícula, na face virada para a Baia Babitonga que abrigaria uma peixaria, com instalações para a limpeza e venda da produção pesqueira artesanal. Para identificar o recinto, o termo "peixaria", foi inscrito de forma curiosa, com as letras formadas por peixes, em alto relevo. Ao lado da peixaria (que funciona até os dias atuais) encostavam canoas, abarrotadas de produtos agrícolas, vindos do Distrito do Saí (parte continental da Ilha), para venda direta aos consumidores.

Outras reformas aconteceram durante o século XX, sendo que na década de 1930, foram construídas portas que possibilitaram que cada um dos boxes também pudesse expor e comercializar mercadorias pelo lado exterior. Anos mais tarde foram executadas obras de instalações sanitárias e um frigorífico, além de pequenos e constantes reparos.

As décadas passavam lentamente, mercadorias chegavam e saíam, o burburinho e o bate-papo das pessoas que frequentavam o local eram parte importante da rotina cotidiana de nossos antepassados.

Embora belo e harmônico com o conjunto arquitetônico no entorno, o prédio teve sua manutenção relaxada o que fez com que quase ruísse no início da década de 1970, época em que o velho prédio enfrentou o seu pior momento. Um movimento que envolveu a maior parte dos moradores do centro da cidade reivindicou sua demolição e utilização do local para a instalação de um supermercado. Em 1976 foi feita uma reforma, concluída em 1977, que fechou de vez as portas externas, retornando o seu atendimento a parte interior, restabelecendo assim as características do projeto original.

O tempo foi passando e quase três décadas depois, o mercado passou por uma grande reforma na primeira metade da década de 2000, com a revitalização de sua estrutura feita por uma parceria entre a Prefeitura e o Governo Federal executada no âmbito do Projeto Monumenta, que além da reforma em si, executou melhorias na utilização do espaço, como a instalação de um restaurante para oferecer atendimento turístico além de retirar o canteiro central e tornar o local apto para a realização de eventos culturais.

Em 2020, foi feita uma nova reforma que entre outras providências cobriu com uma cobertura de policarbonato transparente o vão existente no pátio interior do mercado com o objetivo de proporcionar melhores condições para a utilização diária além de oferecer um espaço coberto adequado para solenidades e ou eventos culturais em seu interior.

 

 

 

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