Casarão Görresen

Ao dobrar a Esquina da Rua Comandante Cabo com a Rua Marechal Floriano, surgem duas visões que surpreendem e encantam turistas e moradores. À esquerda, a pequena Praça Mauro Görresen Cardoso, sempre frequentada por pescadores e transeuntes que se deliciam com a sua paisagem. À direita, um belo e imponente sobrado amarelo, que ostenta duas fileiras de portas e janelas brancas e uma grade de ferro, que acompanha o avarandado em toda parte superior do prédio.

Sua arquitetura, em estilo colonial açoriano curiosamente esconde a origem norueguesa de Faber Marcos Jonhson Görresen seu construtor, que nasceu em 23 de junho de 1826, na cidade norueguesa de Trondhein. O jovem Faber Marcos, de espírito aventureiro, atraído pela febre do ouro, que na segunda metade do século XIX atraiu inúmeras pessoas para o continente norte americano, decidiu viajar para a Califórnia em 1848, em companhia de 73 amigos.

Entretanto, Faber logo percebeu que a vida de aventureiro não é uma coisa totalmente previsível. Surgiram avarias na embarcação, interrompendo a empreitada e obrigando-os a atracar no porto do Rio de Janeiro, quando acabaram sendo convidados a ingressarem na implantação da Colônia Dona Francisca. Aceitando o desafio, em companhia de outros colonos vindos da Alemanha, os noruegueses aqui desembarcaram em 9 de março de 1851. Ao conhecer São Francisco do Sul, Görresen ao conhecer o estágio de desenvolvimento que a cidade já apresentava na época resolveu permanecer e se estabelecer comercialmente na cidade.

Inicialmente ele construiu um prédio, na Rua Babitonga esquina com a rua Dr. Luiz Gualberto, no qual instalou um engenho de beneficiamento de conservas, tais como camarão, mariscos, palmito e frutas. Eram conhecidas as marcas dos seus produtos, como Camarão "Babitonga e Palmito "Ideal". Göressen permaneceu com seu negócio nesse endereço até transferir-se para o casarão, construído sob sua detalhada orientação.

Em 1873, instalou a empresa na parte térrea e no andar superior, como era costume na época a suntuosa residência da família. Casado com Carolina Schneider, uma alemã da Colônia Dona Francisca, teve vários filhos.

Faber Marcos Jonhson Görresen era um apaixonado pela terra que o destino lhe reservara para viver e participou intensamente da vida comunitária, social e econômica da cidade. Liderou entidades e foi presidente da Câmara de Vereadores, vindo a falecer em 23 de maio de 1878. Hoje uma parte da mansão dos Görresen ainda é de propriedade de seus descendentes - netos e bisnetos – e uma parte localizada no centro da casa pertencente a um novo proprietário (que não faz parte da família).

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