A Carioca da Rua Marechal Floriano

Esta tradicional e antiga fonte de abastecimento consta desde 1819 nos livros de vereança da antiga Câmara de Vereadores (conforme pesquisas do historiador Carlos da Costa Pereira). Nestes livros, é feita uma referência da existência de uma nascente de água potável situada no centro da antiga vila, de onde os moradores retiravam o precioso líquido

O local era então conhecido por Fonte Geral. Anos mais tarde, em 1868, foram realizadas obras que a embelezariam e melhorariam a utilização popular. Em março de 1883, o Conselho da Vila implantou a coleta de uma contribuição voluntária junto ao comércio e realizou reparos urgentes sob a direção de Joaquim Vieira de Miranda Évora, que além de melhorar o aspecto interno, acabou por instalar um gradil de ferro artisticamente elaborado sobre o muro. Para assinalar este fato, no paredão interno, foi colocada uma placa de mármore contendo o ano da inauguração das melhorias, 1884.

Pelos anos afora, gerações de francisquenses diariamente a procuravam para buscar água, o que levou a rua a ser denominada Rua da" Fonte da Carioca ".

A fonte foi interditada no ano de 1960, pelo fato de suas águas estarem poluídas devido à infiltração de bactérias vindas de um esgoto que existia próximo a ela. Para a tristeza dos francisquenses, a dita fonte foi aterrada o que gerou debates e dividiu muitas opiniões levando as pessoas a pensarem que aquele era o final da existência da tão amada carioca.

A chegada da água encanada na casa dos francisquenses (fato alcançado ainda no final da década de 1960) quase ocasionou o total esquecimento da mesma. Anos se passaram e membros dos grupos de serviço Lions e Rotary Clube, com a colaboração da Prefeitura Municipal, resolveram devolver o resplendor da antiga carioca ao município mandando retirar o entulho ali depositado. A fonte foi recuperada e foram afixados dois painéis de azulejos portugueses pintados por Mary Peters, retratando uma escrava transportando água em pote de barro e um navegador do século XV, presumivelmente em homenagem ao descobridor de São Francisco, o comandante da nau Le"Espoir" Binot Paulmier de Gonneville".

Falar desta antiga fonte é também lembrar o tempo em que personagens populares como a sinhá Antônia Simples, o Chico Caminhão, a sinhá Maria Ceguinha, a Zelinda e tantas outras pessoas, todos os dias, fizesse chuva ou fizesse sol, trabalhavam árdua e honestamente equilibrando potes, latas, baldes, cheios de  água no alto da cabeça, para entregar o precioso líquido nos domicílios do Centro.

 

Ir para página inicial

Aguarde