A panela de ouro

A tia Maria Borba contava que ali na entrada da Ribeira onde tem a chácara dela, antigamente um homem encontrou uma panela de ouro enterrada. Diz que sempre contavam a história de que tinha ouro enterrado debaixo de uma parreira de uva. O casal que morava na antiga casa do terreno não acreditava. Uma noite bem clara, no período que antecede a quaresma, o casal foi em um bailinho na casa de uma gente conhecida deles, parece que eram compadres. Naquele tempo era comum, os pais levarem as filhas para dançar na casa de gente de bem. Quando voltaram não notaram nada de diferente e foram dormir. No dia seguinte pela manhã, o homem olhou para a parreira de uva. O pé de uva que era um pé velho com o caule grosso tinha sido arrancado. No lugar do pé de uva tinha certinho o formato de uma panela, como aquelas panelas de ferro bem antigas. Acontece que na mesma época um homem que morava na Ribeira e era conhecido por ser meio metido a arrumar confusão, sumiu dali do lugar e a única coisa que os visinhos sabiam, era que ele tinha ido embora para Joinville. Alguns meses depois ele voltou e todo mundo dizia: O fulano enricou, fez fortuna e agora comprou terra e casa no centro de São Francisco. Foi daí que todo mundo chegou a conclusão de que ele havia roubado a panela de ouro que estava debaixo do pé de uva.

História contada por Irene da Silva de Oliveira, antiga moradora da entrada da Gamboa.

Publicada por Andréa de Oliveira no Livro “ A Pa-lavra e o Oral”

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