Escrava Maria 

A lenda, é o fruto do desespero e abusos que sofriam os escravos na era da escravidão. 
E em São Francisco do Sul, a coisa não foi diferente do resto do país e do mundo de então, quando a escravidão era a responsável pela movimentação da economia francisquense.
Segundo a lenda, teria existido uma escrava chamada Maria, que levaria uma vida atormentada por não conseguir entender a razão pela qual foi retirada de sua terra e de sua gente, sendo trazida a um mundo estranho onde já havia sido espancada no pelourinho. Sofrimento e ódio diariamente cresciam em seu coração.
O tempo passava e Maria acabou tendo um filho com um escravo da mesma fazenda. A criança lhe trazia alegria e amor, porém Maria sabia o triste destino que aguardava o pequeno menino, e ela, por não lhe desejar a mesma que a seguia decidiu fugir em busca de sua tão sonhada liberdade. Enfim, chegou o dia da fuga, e de manhã bem cedo, Maria fugiu com algumas coisas, levando o filho nos braços.
Logo iniciou-se a caçada dos dois, e Maria estava desesperada. Para onde fugiria? Avistou, ao longe, o Morro da Cruz, e partiu em sua direção. Após chegar ao topo da montanha e constatar que não havia nenhuma sáida para onde pudesse escapar, Maria decidiu que não aceitaria os castigos que ela e sua criança seriam barbaramente submetidos. Olhando para algum ponto do horizonte ela abraçou seu filho com força, olhou uma vez mais ao seu redor e atirou-se no espaço vazio. As dúvidas e sofrimentos de Maria chegaram ao fim. E ainda, segundo a lenda, o Criador, com pena da pobre escrava, transformou-a numa linda orquídea, que floresce todas as manhãs na encosta de onde ela pulou, quando um lindo beija-flor de asas douradas, seu filho, vem beijá-la com carinho.

Fonte – Tradições Orais da Cultura Francisquense.

 

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