O projeto de integração e de diagnóstico das demandas na área da saúde de São Francisco do Sul foi intensificado nesta quarta-feira (11). A secretária de Saúde, Nádia Raposo, e a diretora-executiva Hospital e Maternidade Municipal Nossa Senhora da Graça e da UPA 24 Horas, Clemência de Souza, visitaram mais três unidades, as Estratégias de Saúde da Família (ESFs) do Forte, do Iperoba e do Paulas, acompanhadas por uma equipe de profissionais da área médica, enfermagem e assistência social do hospital.

 

Na semana passada, foram visitadas as Unidades Básicas de Saúde da Enseada, do Majorca e do Sandra Regina. O objetivo é mostrar para os médicos e enfermeiros que atuam nessas unidades o projeto de integração e parceria que busca, em um esforço conjunto, melhorar o atendimento prestado a pacientes do setor primário (unidades básicas) e terciário (hospital).

 

Na ESF do Forte, Clemência apresentou a proposta ao médico Felipe Gioppo Toledo Nunes e à técnica de enfermagem Adriana Buerger, profissionais que conhecem bem a realidade dos pacientes que procuram a ESF. Segundo Felipe, são atendidos na unidade cerca de 25 pacientes por dia, boa parte deles idosos (em torno de 40%), uma realidade não muito diferente das demais localidades do município.

 

“Estou aqui na unidade há quatro anos e percebo uma mudança significativa do perfil dos usuários. Hoje, recebemos tanto pessoas de maior poder aquisitivo quanto pessoas de menor poder aquisitivo. Isso, de certa forma, indica que estamos fazendo um trabalho de qualidade e que desperta confiança na população”, disse Felipe, médico radicado em São Francisco do Sul há sete anos.

 

Para Felipe, um ponto que pode ser melhorado é o da contra referência, quando o paciente é atendido inicialmente no hospital e depois é acompanhado na ESF. Segundo ele, muitas vezes, esse paciente chega à unidade sem informações precisas de diagnóstico e/ou medicação prescrita no hospital, o que dificulta o trabalho. “Essa parceria vai facilitar muito o nosso trabalho e tem tudo para dar certo”, afirmou.

 

Na ESF Iperoba, a coordenadora da unidade, Emanuela Kupelak, há quatro anos no local,  disse que a rotina de atendimentos precisou de ajustes desde e hoje garante existir um fluxo bem mais condizente com a realidade da região. “Se recebemos aqui uma gestante que esteve no hospital e foi orientada a buscar atendimento urgente na ESF, nós a colocamos como prioridade e ela é atendida na mesma semana”, frisou Emanuela.

 

Emanuela afirmou que, atualmente, 28 gestantes recebem acompanhamento na unidade e que os casos mais graves são encaminhados para o hospital ou para maternidades de Joinville. O principal problema, segundo ela, também é a falta de informações sobre procedimentos e prescrições feitas aos pacientes no hospital. “Algumas pessoas voltam para cá desinformadas, sem saber direito o que fizeram no hospital. Isso é muito ruim”, comentou Emanuela. 

 

A secretária de Saúde informou que já está em andamento a licitação para implantação de um sistema integrado de informações, onde os médicos poderão consultar o histórico do paciente sem grandes dificuldades e agilizar o atendimento. “Temos recebido muitas queixas nesse sentido e estamos trabalhando para encontrar uma solução benéfica para todos”, disse Nádia.

 

Ex-colaboradora do HMMNSG, Emanuela ressaltou que o trabalho conjunto dos profissionais das unidades básicas de saúde e do hospital é um grande avanço e impactará no atendimento. Na região de Iperoba, o número de pessoas abrangidas pela unidade é de cerca de 4,5 mil, sendo que mais da metade são crianças e adolescentes. No entanto, a maior parte dos atendimentos é destinada a idosos e gestantes. 

 

O roteiro de visitas foi encerrado na ESF do Paulas, um local que concentra um grande número de moradores nativos (pescadores) e idosos. Conforme a médica que atua na unidade, Izabelle Balta Zumba, são feitos, em média, 20 atendimentos por dia, e pelo menos 30 gestantes são acompanhadas sistematicamente.

 

Uma delas é a jovem Maria Eduarda, de 17 anos, grávida de nove meses e que esteve na ESF nesta quarta-feira (11), para fazer uma última consulta antes de dar à luz ao bebê. “O atendimento aqui é excelente. As 'meninas' (médica e enfermeiras) são muito atenciosas. Graças a Deus, minha filha (Maria Eduarda) está em boas mãos”, disse a dona de casa Rosane da Silva, 53, enquanto aguardava o atendimento para a filha na recepção da unidade.

 

Na conversa, a doutora Izabelle destacou a preocupação com o bom atendimento oferecido aos pacientes da unidade, sempre buscando estreitar os laços de modo positivo. Para isso, ela conta com uma equipe que faz triagens no atendimento e define prioridades. Dessa forma, os pacientes com diagnósticos mais graves são atendidos primeiro. “Também realizamos visitas domiciliares, uma vez por semana, que ajudam nesse processo de filtragem”, enfatizou Izabelle.

 

Além da secretária Nádia Raposo e da diretora-executiva Clemência de Souza, participaram das visitas às ESFs a diretora técnica do HMMNSG e da UPA 24 Horas, Lizabel Baniski; a coordenadora de Enfermagem do HMMNSG e da UPA 24 Horas, Alyne Borges; e a assistente social do HMMNSG e da UPA 24 Horas, Karina Martins. Ainda nesta semana, as equipes de profissionais irão visitar a unidade do Acaraí e, posteriormente, na semana que vem, as unidades do Rocio Grande, Miranda e Ervino.