Pela primeira vez, comunidades originárias se integram à programação da 34ª Festilha
A formação de São Francisco do Sul tem uma origem diversa. Apesar das referências constantes às culturas europeias, principalmente a portuguesa, a cidade, que comemorou 366 anos de fundação e 177 anos de elevação à categoria de cidade na última segunda-feira (15), pela primeira vez em todas as edições da Festilha, inseriu os povos originários na programação.
Para Miguel Alexandre, integrante do Coral Mbyá Guarani Yvy Ju, o espaço aberto para os povos originários durante a festa que celebra as tradições da cidade mais antiga da Santa Catarina “é muito importante para apresentar a cultura, o canto, nossa música, para levar nossa história para o futuro para os jovens”.
Ele reafirma que é essencial “poder apresentar o artesanato, mostrar que temos nosso trabalho, nossa religião para que o povo não indígena tenha conhecimento da nossa cultura. Agradeço pelo nosso espaço dentro da comunidade e fora dela”.
O Coral Mbyá ocupou o palco principal do evento, no Pavilhão Açores, no final da tarde de domingo (14) mostrando suas canções e danças para o público presente. O grupo, chamado de Nhemombaraete Rã, integrou o teatro “520 Anos de São Francisco do Sul”, que contou a história do município de forma lúdica pela ótica infantil na segunda-feira. Também participou da programação da Festilha o Coral Nascer do Sol da Aldeia Morro Alto, na tarde de sábado (13).
Artesanato indígena
Durante os cinco dias da 34ª edição da Festilha, o Espaço Júlia da Costa, destinado aos artesãos locais, abriu as portas para que as comunidades indígenas expusessem seus produtos. Confeccionados manualmente, cestos, esculturas e outros itens foram comercializados na Festa, ressignificando o espaço e ampliando o alcance da festividade.
Segundo a diretora-presidente da Fundação Cultural Ilha de São Francisco (Fucisf), Marianna Corrêa "este espaço é de direito das comunidades indígenas e demonstram a preocupação municipal na inclusão e celebração de todas as culturas que compõem a cultura francisquense".
